Manutenção de ar condicionado: sujeira nos filtros pode causar danos à saúde, lei regulamenta a manutenção preventiva

O ar-condicionado, para muitas pessoas, é considerado uma necessidade durante o verão. Durante o verão no Brasil, que às vezes pode chegar a 30 °C ou até mesmo 40 °C, em algumas regiões.

No entanto, deve-se estar atento a regularidade na limpeza dos filtros, pois o ar condicionado pode se tornar um vilão para a saúde, caso não seja feita a manutenção correta do aparelho. Sem a limpeza adequada, pode causar danos como conjuntivite, bronquite, rinite e outras doenças alérgicas e respiratórias.

O risco é tão alto que a manutenção, operação e controle de sistemas de ar condicionado em prédios de uso público e coletivo – incluindo imóveis dos tipos produtivos, laboratoriais e hospitalares – é fiscalizado pela justiça.

A lei visa eliminar, ou ao menos amenizar, os riscos potenciais à saúde. As instalações deverão obedecer aos parâmetros normativos e de qualidade regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

“São inúmeras as doenças comprovadamente causadas pela má qualidade do ar, neste caso geradas por manutenção inadequada de sistemas de ar condicionado”, afirmou o presidente do Comitê Nacional de Climatização e Refrigeração e da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Arnaldo Basile.

O texto da Lei impõe que os proprietários, locatários e prepostos responsáveis por sistemas de climatização realizem a manutenção periódica regularmente a fim de preservar a saúde dos usuários das instalações nos tipos de imóveis que já foram citados acima.

Porque a ausência de manutenção do ar condicionado é tão prejudicial?

De acordo com o otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Ricardo Landini Lutaif Dolci, o maior problema da ausência de manutenção no ar condicionado são os fungos, bactérias e ácaros que se acumulam nas tubulações e filtros e se proliferam no ar.

Dolci explica que é por isso que a limpeza do filtro do aparelho é de extrema importância e deve ser feita com frequência conforme a utilização, tamanho do espaço e principalmente poluentes da região.

“A manutenção, quando não realizada adequadamente, pode ocasionar ressecamento e irritação das vias áreas e, com isso, proporcionar o que chamamos de ‘síndrome do edifício doente’, na qual as infecções respiratórias são propagadas entre colegas de trabalho por causa do ar contaminado”, afirma o especialista.

Para diminuir os riscos à saúde dos usuários, o médico recomenda deixar uma corrente de ar natural circular no ambiente, através de janelas e portas abertas, isso proporcionará a troca do ar interno com o ar externo, e irá diminuir as chances de manter um ar contaminado circulando pelo ambiente durante um longo período de tempo.

“O ar-condicionado retira a umidade do ambiente em que está instalado, e isso pode ocasionar uma piora do sistema respiratório, pois acaba ressecando-o. Dessa forma, a solução é manter nesse ambiente umidificadores e as pessoas que frequentam o local devem realizar ingestão hídrica contínua”, diz Dolci, que enfatiza que tais medidas não são tão eficientes caso já esteja no ambiente um ar contaminado pela falta de manutenção do ar condicionado.

Outra medida preventiva é não manter a temperatura no mínimo. “Nessa época do ano em que o ar-condicionado fica ligado com maior constância, pede-se para evitar temperaturas extremamente baixas, pois as temperaturas externas são muito altas, evitando dessa maneira o choque térmico, o qual acaba ocasionando a piora do quadro alérgico nos pacientes que são mais suscetíveis a essas variações drásticas de temperatura”, finaliza ele.

Fonte: Saúde – iG @ http://saude.ig.com.br/2018-01-13/ar-condicionado-lei-saude.html

No Comments

Post A Comment